Demanda por energia solar faz Uni-Solar estudar fábrica no Brasil.

Belo Horizonte, Brasil, Fevereiro de 2003 - Unidade no Brasil da Uni-Solar atende à estratégia de estar perto do mercado. A expectativa de que o Programa de Desenvolvimento de Energia dos Estados e Municípios (Prodeem), órgão do Ministério das Minas e Energia, possa investir nos próximos anos algo em torno de US$ 150 milhões para a compra de equipamentos de energia solar, principalmente, em zonas rurais brasileiras, está animando o segmento. "Podemos até abrir uma unidade no Brasil, interrompendo as compras nos Estados Unidos, caso nossa demanda anual chegue a 1 megawatt (MW)", diz Danilo Dutra Resende, diretor comercial da Uni-Solar, joint venture entre a Unites Solar Systems Co. e a N.V. Bekaert S.A..


No Brasil, a Bekaert e a Belgo-Mineira são parceiros há mais de 25 anos. Segundo Resende, a Uni-Solar está determinada a se tornar um importante player em energia solar fotovoltaica no Brasil. Na avaliação do executivo, além de estar preparada para participar de qualquer licitação pública com preços competitivos, a possibilidade de implantação de uma fábrica no Brasil atende à estratégia da companhia de estar próxima do mercado consumidor.

No ano passado, o governo federal, por meio do Prodeem, investiu US$ 30 milhões na compra de 9 mil sistemas de energia solar. De acordo com o gerente comercial da Uni-Solar, a tecnologia fotovoltaica amadureceu bastante nos últimos anos. "Além da questão do desenvolvimento tecnológico, houve um aumento de escala e o custo final do equipamento foi bastante reduzido", afirma..
De acordo com Resende, atualmente, o preço médio do produto no mercado brasileiro está situado na faixa de US$ 3,50 o Watt Pico, podendo oscilar conforme a tecnologia e o tamanho do sistema. A tecnologia da Uni-Solar, silício amorfo, apresenta grande potencial nas condições climáticas do Brasil, apresentando bom resultado em altas temperaturas quando comparado a outras tecnologias. "No Brasil, a maior instalação individual, cerca de 21 mil Watts Pico, foi construída com painéis da Uni-Solar fabricados nos Estados Unidos", diz.

 

Resende lembra que levantamentos do recurso energético solar no Brasil demonstram que a região apresenta bons níveis de insolação. "Tais níveis de insolação favorecem a geração de energia elétrica fotovoltaica . Enquanto a energia elétrica das concessionárias alcança praticamente toda a zona urbana, 4 milhões de propriedades rurais, cerca de 20 milhões de pessoas, não têm eletricidade", diz o executivo.

Para reduzir o problema, diz o gerente comercial, diversas iniciativas que se utilizam da tecnologia fotovoltaica estão em andamento no País. "Estima-se que nos últimos anos cerca de 43 mil sistemas tenham sido comprados no Brasil para eletrificação rural. Em geral são sistemas residenciais de pequeno porte, de aproximadamente 60 watts, potência suficiente apenas para iluminação fluorescente e um aparelho de televisão ou rádio, durante quatro horas", diz.

Segundo Resende, as localidades afastadas mais de cinco quilômetros da rede elétrica, com menos de 30 consumidores, requerem investimentos menores quando sistemas fotovoltaicos são utilizados. "Hoje, esse é o principal mercado para os sistemas fotovoltaicos enquanto não se regulamenta o uso de sistemas conectados com a rede elétrica da concessionária", afirma.

Na maioria dos casos, explica, a energia é armazenada em baterias durante o dia para uso noturno. Nos sistemas conectados a rede, as baterias poderiam ser eliminadas, reduzindo-se o custo e aumentando a confiabilidade do sistema

Adaptado de:
Gazeta Mercantil, 10 de Fevereiro de 2003.