Energia nuclear seria alternativa.

LONDRES. No mesmo dia em que o primeiro-ministro Tony Blair discursou sobre a ameaça do aquecimento global, o diretor de Desenvolvimento Estratégico do equivalente britânico ao Ministério da Indústria e Comércio, Adrian Gault, disse que só mesmo com a retomada da política nuclear o país teria esperanças de cumprir as exigências do Protocolo de Kioto — de reduzir em 60% as emissões de CO2 na atmosfera até 2050.

Gault coordenou um estudo sobre o tema, já entregue ao governo, que propõe uma mudança radical na política energética do país em prol da energia nuclear. Segundo o documento, o país precisa construir nada menos que 45 reatores nucleares para conseguir cumprir as metas de redução previstas pelo Protocolo de Kioto.

No início do ano passado, o governo anunciou sua intenção de desativar gradualmente suas usinas nucleares a partir de 2008 e de não contar com nenhuma contribuição substancial dessa energia já em 2020. Para Gault e outros especialistas ouvidos pelo jornal “Times”, os planos precisam ser alterados e a produção de energia nuclear deve ser ampliada.

O problema é que a idéia de ampliar o uso da energia nuclear na Grã-Bretanha não conta com o que se pode chamar de forte apoio popular e político: a mais recente pesquisa de opinião revelou que apenas 6% dos britânicos o aprovam.

Adaptado de:
O Globo, 15 de Setembro de 2005.