Especialistas temem danos ao meio ambiente.
Há quem diga que estes esforços não
são suficientes para prevenir desastres ecológicos
e proteger fauna e flora locais. Em entrevista à TV CNN,
o jornalista Jin Hui, que se especializou em cobrir os problemas
ambientais causados pela represa, diz que o governo não
está se preocupando em retirar materiais tóxicos
de empresas abandonadas e que serão inundadas. Ou em obrigar
as empresas que operam ao longo do Yang-tsé a montar eficientes
sistemas de tratamento de dejetos.
Há ainda a conseqüência da própria
transformação do rio em sistema navegável
para grandes barcos. Com a represa, navios de dez mil toneladas
serão capazes de percorrer de Xangai, na costa Leste, à
Chongqing, dois mil quilômetros por dentro do país.
O rio, dizem os especialistas, com um ritmo menor de escoamento
de água para o oceano e sobrecarregado por um transporte
fluvial mais pesado, correria o risco de se transformar num esgoto
a céu aberto.
O governo nega as acusações. E garante
que a hidrelétrica -que está no centro dos esforços
da China para reduzir sua dependência de carvão e
petróleo como geradores de energia -é uma obra que
se preocupou não apenas com a conservação
do rio, mas com a preservação da indústria
de turismo, que, anualmente, leva milhões de chineses para
as belíssimas gargantas do Yang-tsé.
-Pensando nas ameaças, fizemos uma estrutura
capaz de suportar qualquer ataque terrorista e um terremoto de
até sete graus na escala Richter - afirmou Cao Guangjing.