General Vandier - Os operários contratados para o corte das matas na área que será inundada pelo lago de uma usina em Horizonte Novo foram impedidos, ontem, de trabalhar pelo segundo dia consecutivo. Cerca de 400 agricultores da região montaram acampamentos nas três vias de acesso ao local. Barracas e obstáculos bloqueiam a passagem dos ônibus dos trabalhadores das empresas contratadas para o desmatamento pela Energética do Complexo Hidroelétrico do Planalto S/A (Encoplan), construtora de uma nova usina de 690 megawatts no rio que corta a região do Planalto.

A polícia militar de Energos enviou dois pelotões para a região. Em Horizonte Novo, soldados tentaram abrir caminho para o ônibus dos operários, mas houve troca de empurrões. O disparo de um tiro, de autoria desconhecida até o final da tarde, acabou com a confusão, mas o ônibus não passou pelo bloqueio.

O líder dos agricultores e Secretário Geral do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), David Rooney, anunciou: “Vamos receber, nos próximos dias, o reforço de sindicalistas e ecologistas que estão viajando para a região”. Os agricultores querem que a Encoplan inclua em sua lista de indenizações e reassentamentos 650 agricultores que trabalham como agregados, meeiros, parceiros e arrendatários. A empresa informa que o cronograma de pagamentos das 1,2 mil famílias reconhecidas como moradores da área de alagamento está em dia.