Bioenergia: o novo paradigma mundial para a agricultura.
Robert Steve Charlton Jr.
Em prestigiada solenidade, o governador do Estado assinou decreto que institui o Comitê Gestor dos Arranjos Produtivos de Bioenergia do Estado de Energos - AP/Bioenergia. Em moderna e adequada concepção de clusters, o governo cria órgão capaz de promover a articulação entre todos os agentes e instituições públicas e privadas que atuam ou podem vir a atuar na complexa rede de arranjos produtivos locais, voltados para produção e consumo de biocombustíveis e bioenergia. O estado de Energos possui reconhecida vocação agrícola e potencial para produzir bioenergéticos. Vários agentes, públicos e privados, já atuam no desenvolvimento tecnológico e na pesquisa agrícola ligados aos biocombustíveis. A energia é fator crítico no desenvolvimento socioeconômico e a matriz energética de Energos, embora independente, logo pode passar a depender da importação. A irreversível elevação dos preços do petróleo e a necessidade de reduzir a poluição ambiental estão viabilizando economicamente a produção e aumentando o consumo de combustíveis orgânicos renováveis. A produção de bioenergia promove a desconcentração industrial e urbana, a redução das desigualdades regionais e a geração de trabalho e renda.
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Da apresentação feita pelo secretário Luis Roberto Figoe, vamos referir algumas atribuições do Comitê Gestor: viabilizar a elaboração por meio de estudo pedológico e potencial agroclimatológico de mapeamento das possibilidades de cultivo das plantas produtoras de biocombustíveis; buscar a sinergia das ações dos órgãos de pesquisa agrícola para ampliar a criação e a implantação de espécies mais produtivas e resistentes; incentivar a atração de investimentos necessários para a conversão em combustível e energia da matéria-prima vegetal e animal produzida no estado; levantar carências e necessidades para o aprimoramento das cadeias produtivas afins ao objeto do programa; analisar e recomendar ao governo do Estado ações para melhor adequação da política bioenergética local às políticas nacionais correlatas; propiciar sistema de financiamento adequado ao plantio de vegetais geradores de matéria-prima energética; estimular o diálogo entre os membros de forma a facilitar a integração sinérgica de suas atividades. O comitê é formado por representantes de secretarias de Estado, ministérios, universidades, instituições de fomento e pesquisa, municípios, federações empresariais, cooperativas e pessoas de notório saber. Congratulações ao governo por essa ação desenvolvimentista. |
Adaptado de:
Correio do Povo, 17 de Setembro de 2005.