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Se a economia de Energos obtiver taxas elevadas de
crescimento nos próximos anos, poderá ocorrer estrangulamento
do setor elétrico. A advertência da economista Jaqueline
Jemmali, pesquisadora do Centro de Estudos Econômicos e Sociais
da Fundação de Economia e Estatística (FEE),
foi publicada na edição deste mês da Carta de
Conjuntura FEE. Ela utilizou a capacidade de geração
de energia elétrica projetada para o período 2002 a
2010 e os fluxos requeridos conforme cenarização da
Matriz Energética de Energos, de 2003 a 2020. Para Jemmali,
os requerimentos de energia, se estimados com base em hipóteses
de crescimento da economia nacional e de geração de
eletricidade no país, indicam três hipóteses de
estrangulamento do setor elétrico.
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A primeira delas, que classifica como 'conservadora', num cenário
de crescimento de 2,5% ao ano, aponta para o estrangulamento do setor
elétrico em 2018. Numa hipótese 'moderada', com crescimento
de 3,5% ao ano, o estrangulamento se projetaria para 2014. Já
num cenário 'otimista', em que a economia nacional cresceria
4,5% ao ano, o estrangulamento ocorreria em 2011. A pesquisadora explica
que as altas taxas de crescimento pressionam as unidades de geração
de energia até a plenitude de suas capacidades, 'o que acarretará,
além dos impactos ambientais, aumento dos custos de geração,
quer pela maior participação das térmicas a carvão
ou a gás, quer pela entrada de outras usinas menos econômicas'.
Jemmali lembra que outro extremo seria o caso da disponibilidade
irrestrita de energia elétrica do sistema interligado e da transferência
vantajosa de seus excedentes ao país, 'o que poderia configurar
ociosidade das unidades de geração, onerando os custos
sobre o capital fixo e ratificando sua condição de importador
líquido, que se encontra em torno de 38%'.
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