Lixo nuclear é herança maldita para as futuras gerações.
O lixo atômico produzido por uma usina nuclear - como o plutônio - leva cerca de 24 mil anos para ter sua radioatividade reduzida apenas pela metade. "É uma herança maldita para futuras gerações", diz o professor Luiz Pinguelli Rosa, vice-diretor da Coope (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia) da Universidade Federal do Rio de Janeiro e um especialista em energia nuclear. Para se ter uma idéia, somente as usinas de Angra 1 e 2 produzem juntas, por ano, 47 toneladas de resíduo com alto índice de radioatividade - composto por água e demais materiais que entram em contato direto com o núcleo do reator, onde estão as pastilhas de urânio. Há ainda o lixo atômico considerado de baixa e média radioatividade, como equipamentos e roupas.
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Segundo Evaldo, os resíduos de baixa e média radioatividade precisam ser armazenados por um período de cerca de 300 anos. "Já os de alta exigem uma tecnologia de isolamento que mantenha os resíduos seguros por milhares de anos, como depósitos profundos em montanhas de rochas", conta. Para o coordenador da campanha de energia nuclear do Greenpeace no Brasil, Ruy de Góes, nenhuma forma de armazenamento garantiria segurança total para o meio ambiente e para as gerações futuras. "Seria preciso criar, por exemplo, símbolos que indicassem para uma próxima civilização que em determinada montanha estaria enterrado um material capaz de matá-la", afirma. |
Adaptado de:
Cristina Bodasw
Terra Networks; Reporter Terra, 2000