Para o governo, produtor de
álcool poderia recorrer a essa fonte alternativa
Rio de Janeiro, Brasil -O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) ficou abaixo das expectativas do governo, com o amplo predomínio da energia do tipo eólica, cujas tarifas são mais caras, em detrimento das fontes baseadas em biomassa. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, a energia eólica ficou com 1.370 MW dos 3.300 MW licitados, o que equivale a 41% do total, enquanto a fatia das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) somou 1.265 MW e as usinas com base em biomassa ficaram com apenas 655 MW, ou 19,9% do porcentual licitado. A expectativa oficial era que cada fonte teria um terço da oferta, ou seja, 1.100 MW. Com o desenho final, o subsídio ao Proinfa ficará muito maior do que o estimado inicialmente, já que as tarifas das usinas eólicas são as mais caras. Conforme estimativas da Eletrobrás, as tarifas
das eólicas estão em torno de US$ 70 por MWh (cerca de R$
190), enquanto as das PCHs estão em torno de US$ 60 (R$ 162) e
as de biomassa em US$ 50 (R$ 135 por MWh). Essas empresas terão
direito a contrato de 20 anos, com os subsídios sendo inseridos
nas tarifas dos consumidores. |
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Nos contratos das grandes hidrelétricas, a expectativa é de que no leilão do próximo dia 31 o MWh deverá custar cerca de R$ 80 a R$ 90 para contratos de 8 anos, a partir de 2008/2009, o que indica subsídios de 50% a 70% para as tarifas das fontes incentivadas. Biomassa. Em debate com alunos e professores da Coppe/UFRJ, na sexta-feira passada, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, atribuiu a baixa participação do setor de biomassa no Proinfa ao desinteresse dos usineiros. "Eles estão ganhando muito dinheiro com açúcar e álcool e não vêem a energia como uma atividade importante para os seus negócios, tratando o segmento como subproduto", justificou. E, segundo ele, a energia a partir da biomassa tem um amplo campo de desenvolvimento no Brasil. |
Adaptado de:
Alaor Barbosa,
O Estado de São Paulo, 22 de Março de 2005.